domingo, 22 de novembro de 2009

do que eu não quero

Eu não quero teu café que me não alivia o sono.
Nem teu esporro que não me faz acordar.
No fundo eu sei que toda a falta é minha.
E é minha a culpa de assim estar.

Eu não quero que me olhes a alma.
Nem que entendas o motivo mais profundo.
No fundo eu sei que vês cheio o meu vazio.
E é minha superficie que se mostra ao mundo.

Na verdade,
Eu não quero tuas palavras,
Nem teus braços,
Nem afeto.
Eu não te quero,
Nem teu corpo,
Nem carinho.

De nada me adianta
Tua atenção,
Teu olhar,
E tua ameaça.
A tudo prefiro o teu silêncio no meu,
A noite,
No carro.

sábado, 7 de novembro de 2009

receitinha de namorar

moça,
não faz assim, não
moça,
não me espanta, não
moça,
chega mais perto
moça,
me dê a mão

sábado, 24 de outubro de 2009

para não dizer que não posto...

porque escrever mesmo tá difícil, e vai ficar ainda mais...

Sendo assim, para aqueles que precisam, vai aí um conselho de Moska e Martinália...
Por mim, digo que já o ouvi.
E foi bom.
Então... vamos "acordando"

"Vai que já não dá mais pra voltar atrás
Cai que é pra depois se levantar pra mais
Sai que ás vezes não é pra entrar em paz
Ai, amor não pode faltar

Não se esqueça nunca de lembrar
Sempre tão só o quanto se puder estar
Pois solidão é sol que ainda vai brilhar
E novamente vai te iluminar

Sem repetir nenhum lugar…pois é…
A vida vem repartir nosso luar com fé
Bem que podia não findar, não é ?
Nem desistir, nem se cansar

Sim, eu prefiro não calar
Sobre mim, sobre você e o nosso lar
Mas se é o fim do caminho de um sonhar
Assim será
E é bem melhor acordar"

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

a verdade do momento

Na verdade eu quero escrever, mas não tenho ideias.
Na verdade tenho ideias mas, não gosto delas.
Na verdade gosto delas, mas elas não dizem o que eu quero dizer.
Na verdade elas dizem o que eu quero dizer, mas eu não tenho disposição de pô-las no papel.
Na verdade eu tenho disposição para pô-las no papel, mas não quero fazer isso agora.
Na verdade eu quero fazer isso agora, mas não com essas ideias que eu tenho.
Na verdade a verdade do momento é que eu quero outra coisa agora, que não é escrever, mas tem a ver com você.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

situações

se estou à toa, sou tua
se estou na boa, sou minha

domingo, 27 de setembro de 2009

polêmica na escola: até que ponto se educa com certas medidas?

Opinião.

Na terça feira dessa semana, lá pela hora do almoço, eu estava em casa e, passando pela sala que tem a TV sempre ligada, tive a atenção chamada por uma notícia do Jornal Hoje da Globo.
Diziam que um aluno havia pichado as paredes da escola em que estudava e foi obrigado, pela professora, a pintá-las novamente. Até aí um caso normal. Mas como nenhum caso é meramente normal... a escola havia acabado de ser pintada; fato que ocorreu graças a um sacrifício coletivo de professores, alunos e funcionários no custo das despesas e da mão de obra; fato que agrava ainda mais a situação do aluno. Já a punição imposta a ele foi além da reparação dos danos e o aluno acabou sendo humilhado pela professora conforme mostra um vídeo que foi filmado com o conhecimento de todos, fato que agrava, agora, a situação da professora.
Em termos de ações e reações humanas o que ocorreu foi o seguinte: o aluno resolveu desenhar nas paredes recém pintadas do colégio e a professora, revoltada com o fato, decidiu por fazer o aluno repintar o que havia estragado. Uma atitude válida, em que se percebe, nitidamente, uma intensão de fazer com que o aluno aprenda com seus erros. Seria até uma atitude válida, não fosse a mão pesada com que foi imposto o castigo, já que enquanto o aluno cumpria com a obrigação de pintar todas as paredes que pichou, a professora o chamava de bobo da corte e palhação.
A polêmica gira em torno de diversas questões. Há teóricos da educação que condenam expressamente a punição como medida educacional, quem dirá então ofensas verbais como forma de humilhação. Por outro lado, há quem acredite que fazer o aluno consertar um erro pagando na mesma moeda com que errou é uma das mais legítimas formas de se educar. Há pessoas que apoiam a atitude da professora, e acreditam que o aluno deveria sim pintar a escola e sofrer as consequências de seus atos. Há pessoas que não se conformam com a humilhação a que o aluno foi submetido, e acreditam que a professora deve pagar por seu exagero. Pais de alunos revoltados com o aluno em questão. Os pais do aluno revoltados com a professora em questão. O Mec avaliando a questão. E a questão...
A questão é que medidas meio "lei de talião" podem até ser eficazes como formas de educar, mas devem seguir a risca no que concerne à reciprocidade do ato que deve ser punido. Se se dá olho, deve se pagar com o olho; se se dá dente, deve-se pagar com dente; e não se pagar olho mais dente e por aí vai. O aluno jamais deveria sair impune quando resolveu pichar as paredes do colégio, mas daí a humilha-lo em praça pública já é lhe fazer pagar além do devido.
Difícil avaliar os certos e os errados na história. Difícil avaliar se há certos e errados nessa história. E nem cabe, aqui, fazer esse tipo de julgamento. Acredito que aluno e professora tenham errado. Ele por, numa clara tentativa de brincadeira, ter pichado as paredes da escola. Ela por, numa clara tentativa de educá-lo, ter exagerado a medida. Mas acredito que ensinar ao outro por meio da reparação dos erros que o outro comete é sim uma forma de ensinar. E uma forma de aprender, para ambos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

uma questão de mudança de gênero

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho

Quando eu ia passando já cansanda
De insistir em um compromisso que já não valia

Vi no meio do caminho uma pedra
Vi uma pedra no meio do caminho

E assim como eu, a pedra me viu
E também como eu, se encantou com o olhar

Mas naquele caminho tinham outras pedras
Mas tinahm outras pedras naquele caminho

Era eu e você cansados do velho
Era eu e você na esperança do novo

Tiramos daquele caminho as pedras
Tiramos as pedras daquele caminho

E trocamos olhares que mais fascinavam
E trocamos palavras que mais interessavam

Mas no meio do caminho surgiu outra pedra
Mas surgiu outra pedra no meio do caminho

E foi inevitável mudarmos de rota
E perdermos de vista o nosso caminho

Porque no nosso caminho vieram mais pedras
Porque vieram mais pedras no nosso caminho

Mas nada disso é importante para a gente
Porque há sempre chama em estrada vazia

E no meu caminho você é uma pedra
E eu sou uma pedra no seu caminho
Porque no seu caminho eu sou uma pedra
Porque você é uma pedra no meu caminho

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

uma gradação

sem nenhum motivo aparente para se ver indiferente
sem nenhum motivo aparente para se ser indiferente
sem nenhum motivo aparente para se ter indiferente
litros, baldes, tonéis de cocô
.

domingo, 16 de agosto de 2009

veio ou não veio?

o bilhete não veio.
mas veio a vontade.
e veio tão sem graça que precisou de outra boca para falar.
e veio tão sem jeito que não sei nem se é pra ficar.
e veio por intermédio de outrem, sem eu já nem esperar.
e veio.
e eu? pra onde?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

antolhos

para não se magoar,
para não magoar ninguém,
existem coisas que é melhor deixar pra lá...
fingindo que não se vê não se sente.
ou se sente menos.
menos.
quanto mais se mexe mais se dói.
mais.
definitivamente,
é melhor deixar pra lá...

domingo, 2 de agosto de 2009

propósito de férias

É privilégio de poucos gozar de duas férias ao ano. Os estudantes e professores costumam poder fazê-lo. E como tal, sempre consegui me livrar de qualquer compromisso acadêmico nos inícios meios e fins de ano.
As férias de meio de ano não chegam a ser consideradas férias no estrito sentido do termo. São apenas quinze dias em que você já conhece os compromissos que te esperam no ínicio de agosto mas que pode esperar o tal mês começar para pensar neles. Não são férias, é um pequeno recesso, o qual almejei ansiosa desde a entrada de julho.
O primeiro semestre passou árduo. E de uma maneira tão intensa que nem senti o seu passar pois não havia tempo para parar e pensar. Eu não via a hora dos meus quinze dias de nada para fazer chegarem. E chegaram em tempo de eu ainda nem ter me decidido o que fazer deles.
Viajar. Estudar. Organizar papéis e vida. Fazer exercícios. Beber até cair. Se divertir. Rever amigos. Escrever projeto. Adiantar trabalhos. Ver filmes. Eram projetos...
... que nada!
Logo no primeiro domingo me bateu à porta uma exaustão de ser junto com uma preguiça de existir que não me tiraram de casa.
E resolvi que só pelo domingo, ficaria ali assim: espalhadona na cama, de pijama de flanela o dia inteiro, enrolada feito bolinho em cobertor, olhando a mosca pousada no teto, quietinha, eu e mosca, de cabeça vazia.
E foi tão bom que acabei prolongando o prazer pela segunda, a terça, a quarta e ui.
Mas que perda de tempo!
Tanta coisa importante para fazer, mas são férias.
Tanta coisa que se precisava fazer, mas são férias.
Tanta coisa gostosa para fazer, mas são férias.
E amanhã eu faço, porque a preguiiiiiiiiiça...
Depressão?
Que nada!
Cansaço.
E descobri a melhor maneira de aproveitar o recesso de meio de ano.
Bateria se recarrega com energia de casa.
E espantei a sensação de tédio que insistia em entrar no quarto. E dei mais corda para a exaustão de ser e para a preguiça de existir. E deixei-as entrar e ofereci café com bolinho, sem peso nem culpa.
Descanço.
E no fim do recesso a certeza do propósito cumprido.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Do leite que derrama Chico em seu mais novo romance


Um ancião em uma cama de hospital, uma doença de fim de vida, algumas enfermeiras, uma filha e muitas memórias a serem desfiadas. Esses são os marcantes elementos que compõem a narrativa de Leite Derramado, o mais recente romance de Chico Buarque, publicado no presente ano. Através de um monólogo proferido pelo narrador do texto, ele, que é também o personagem principal desta trama, nos dá a ver as suas memórias familiares, que nos vêm em um misto de desordem estrutural e cronológica típica de lembranças resgatadas em fundo de gaveta.
A narrativa do romance possui um único foco que é a primeira pessoa. O narrador toma forma na personagem do ancião que vai nos contar a história da linhagem de sua família desde seus ancestrais mais antigos até os seus últimos descendentes com os quais conviveu. Logo de início, Chico Buarque joga com a credibilidade do seu narrador, e como conseqüência disso, com a credibilidade das histórias que este conta. Fica a cargo do leitor a decisão de confiar ou não nessas histórias rememoradas, e, por conseguinte, considerar ou não o narrador como confiável.
Muitos são os teóricos que põem em dúvida a credibilidade de um narrador em primeira pessoa, já que entendem que ele narra a história apenas pelo seu ponto de vista. Um exemplo clássico desta dúvida quanto à credibilidade da narrativa em primeira pessoa é o célebre romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, em que o leitor jamais saberá se Capitu traiu ou não Bentinho visto que só se possui uma única versão da estória de amor. O leitor deste romance só tem posse do ângulo de visão de Bentinho acerca dos fatos que são narrados em primeira pessoa por um narrador marcado pelo ciúme, pela desconfiança e pela amargura.
Assim também é o foco da narrativa de Leite Derramado, em que é dado ao leitor apenas um ponto de vista acerca das memórias do ancião que narra a história; o ponto de vista dele próprio. Isso gera um outro fator que pode descredibilizar o narrador do romance ainda mais: o fato deste já ir em idade avançada. É uma questão cultural dos países ocidentais em geral o fato de não se dar crédito ao que dizem os idosos. Isso porque é considerado que, por serem de idade alta, são acometidos por eventuais doenças que podem prejudicar a memória, fazendo com que misturem fatos, datas, situações; e deixando suas narrativas sem crédito.
É dessa maneira que se mostra o nosso narrador. Deitado em sua cama no hospital, ele nos mostra que ocupa aquele lugar em virtude de doenças que lhe foram provocadas por conta da sua própria idade avançada. As lembranças lhe vêm embaralhadas e ele tem plena consciência deste fato, parando, por vezes, a narrativa para mostrar ao seu leitor/ouvinte a confusão da cronologia dos acontecimentos.
Essa consciência que tem o narrador de que suas lembranças lhe vêm embaralhadas, sem uma ordem cronológica dos acontecimentos, pode ser considera como um fator que gera credibilidade a ele. Isso porque essa noção de que a sua memória pode, em alguns momentos, atraiçoá-lo mostra ao leitor/ouvinte que o narrador sabe-se confuso. Dessa maneira, o leitor/ouvinte consegue identificar as traições do que é narrado e fica livre para dar crédito ao que considerar que seja verídico.
O romance de Chico Buarque trabalha, em sua estrutura de base, com uma lógica muito recorrente na literatura universal que é o fluxo de consciência. Essa é a base estrutural da narrativa de Leite Derramado, em que as memórias de uma linhagem familiar tradicional são rememoradas através do fluxo de consciência de seu narrador. Sem respeitar cronologia ou veracidade o narrador vai contando sua história à medida que ela vem surgindo em sua mente. Repete os fatos, mistura as datas, narra o mesmo assunto de modo diferente, assim como ocorre com qualquer narrativa que é rememorada a partir do tempo psicológico que não tem limites cronológicos.
Outro ponto interessante de se notar no livro de Chico Buarque é a temática que nele é trabalhada. As memórias do narrador versam sobre um único assunto: desbravar a saga de sua linhagem que vai de um grande auge à decadência. Essa decadência de famílias de grande nome vem sendo uma temática muito recorrente nos romances modernos.
Em Leite Derramado, nota-se um narrador que não se conforma com a trajetória decadente que percorreu a sua família. Por ter muita idade, esse narrador pôde acompanhar muitos dos momentos áureos de sua linhagem, mas também acabou por presenciar todas as derrotas porque passou a sua família até chagar à decadência. Acostumar-se com essa nova situação é um sofrimento para ele. Quando jovem teve dinheiro e prestígio. Hoje, velho e uma cama de hospital, depende do dinheiro e da boa vontade alheia. E de nada adianta dizer que é um legítimo Assumpção, pois este nome já não é mais reconhecido.
Tudo, desde a estrutura narrativa até a temática abordada em Leite derramado é preciso. Sem dúvida um livro em que o autor consagra seu estilo. Chico Buarque se mostra, nesse livro, não mais como apenas um grande compositor, mas também como um grande romancista.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

monólogo do não dito

E nem vou dizer que você é um idiota por ter agido assim, porque me parece que dessa vez você tomou uma atitude acertada.
E nem vou dizer que você é um relapso por ter esquecido todo o combinado, porque não me lembro mais de termos combinado nada.
E nem vou dizer que você é um insensível por não ter me avisado nada, porque de fato você estava preocupado.
E nem vou dizer que você é um babaca por ter me deixado aqui plantada na encruzilhada, porque isso seria mentira.
E nem vou dizer que você é um desorientado por ter escolhido mais uma vez o caminho errado, porque dessa vez eu acho que você escolheu o caminho certo.
E nem vou dizer que você é um egoísta por não ter me chamado, porque eu não iria com você.
E nem vou dizer que você é burro por destraçar a nossa rota, porque o melhor caminho para você não é o melhor caminho para mim.
E nem você dizer que você é surdo por não ter me escutado antes, porque você nunca escutou o que eu dizia.
E também não vou dizer mais nada, porque você também não está me ouvindo agora e estou falando aqui sozinha.
E também não vou mais ficar falando sozinha, porque não sou maluca de fato.
E por isso, agora, não vou mais falar nada.
Mas só para constar: aquele 'zero' é meu, e o senhor não pode ficar usando-o por aí a esmo, a toa, e o senhor faça-me o favor de devolvê-lo a mim, pois é a mim que ele pertence e somente comigo você poderia usá-lo.
E assim sendo, passe aqui em casa e deixe-o na portaria, com o cuidado de não deixar com ele nenhum bilhete de arrependimento.
Já é tarde agora.

domingo, 19 de julho de 2009

um pouco de infância


Nada melhor do que reviver um pouco de infância, ainda mais quando esta foi repleta de sorrisos e felicidades das boas, dessas que deixam saudade e que fazem do existir presente uma dura nostalgia.




Ai que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da Saquarema querida
Que os anos não trazem mais.


Não trazem?


Trazem sim, embora não como eram antes...
Hoje os anos me trouxeram lembranças de lá


Que amor, que sonho, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das banabeiras
Debaixo dos laranjais.



Lá em Saquá...

O mundo era colorido
Inocência de criança que começa a aprender a vida.
pular janela escondida
subir em telhado
tomar porres de bebida
o primeiro namorado


Eu era feliz, e sabia muito bem disso.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

indeferido

Nunca havia pensado que não conseguiria. A certeza era tão grande que já afirmava a todos que continuaria caminhando por lá nos próximos semestres. O pedido havia sido feito adiantado, e para o francês sempre havia vagas. A ciência de que o pedido seria aceito fez com que não se precavisse de um possível não. E, então, não buscou outras alternativas para o fim.
Quando chegou lá já com perguntas de como seria a inscrição e o novo curso obteve a resposta.
Não aquela que já sabia que ia ouvir, mas uma outra, estranha, jamais pensada.
Seu pedido foi indeferido.
Como isso é possível?
Ainda não deu para entender. O choque foi tão grande que na hora um efeito anestésico não deixou perceber as consequências disso tudo. Olhou outros cursos, possibilidades futuras, um reingreso. Mas nada era muito sólido pois a ficha da resposta negativa ainda não havia se fixado na idéia.
Conversou com amigos sobre coisas furtivas.
Bebeu uma cerveja gelada em fim de tarde.
Comeu salgadinho com maionese.
Dormiu de pijama de flanela e cobertor quente.
...
E acordou com um vazio que de início não compreendeu.
Lembrou-se de ontem.
Era a alternativa que jamais imaginara.
Era o vínculo perdido.
Vínculo que se vai deixando um vazio no dentro.
Vazio que se precisa preencher.
Urgentemente.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

the end

Hoje.
A última aula na graduação em Letras da UFF.
Poucas pessoas estavam presentes.
A turma já fragmentada.
Algumas fotos.
Algumas lágrimas.
Todas as notas exclentes para um fechamento de ciclo.
Muitas vezes ansiei pelo momento em que eu fosse entregar o meu último trabalho. Me vinha um alivio precoce de liberdade almejada. Houve momentos em que eu já não aguentava mais. Os finais de períodos eram sempre críticos, sobretudo quando comecei a trabalhar. Os prazos curtos e os trabalhos muitos. Uma angústia de ter que ler, de ter que escrever. A obrigação que cansava. A vontade de jogar tudo pro alto. Não via a hora de chegar o dia de hoje, o dia do último trabalho entregue, o dia das notas todas indicando o bendito aprovado.
E o hoje chegou. O tempo passou tão rápido que nem senti esses quatro anos rolarem. Chegou o tão esperado dia. Mas no lugar do alívio que esperei sentir, senti um vazio fundo. Sei que por vezes maldice matérias, provas, professores e trabalhos. Por vezes não via a hora de tudo chegar ao fim. Mas quando o fim chegou a saudade já bateu antecipada.
A UFF foi meu sonho de infância e por quatro anos a minha casa. Estudar as Letras foi um dos maiores prazeres que já senti. Perto de casa, adorava aquele campus onde pude passar grandes momentos da minha vida. Conheci pessoas maravilhosas que carregarei comigo sempre. Fiz amigos grandes e fortes. Adquiri sabres, bens preciosos que jamais alguém poderá me tirar. Estudei o que quis. O que sempre gostei.
A UFF foi palco de felicidade. Palco que apaga as luzes pois o espetáculo se encerra.
Da peça fica a aprendizagem.
Do the end fica a saudade que se faz em vazio dentro do meu peito.
Num misto de alegria e tristeza fecho um dos ciclos mais importantes da minha vida.
A alegria porque acabou...
A tristeza porque acabou.
Não há mais o que escrever.
Por hoje, rio chorando.

terça-feira, 30 de junho de 2009

uma troca de olhares

Uma troca de olhares pode ser, ao mesmo tempo que deliciosa, perigosa.
Isso porque ela desencadeia devaneios posteriores, idealizações afloradas, espectativas infundadas.
Uma troca de olhares nunca é só um troca de olhares.
Ela vem com carga semântica funda e interpretação variada.
Pode assumir um sentido para um par de olhos e outro, completamente deiverso para o outro par.
Tais sentidos são ilegíveis para o outro olhar que espera uma explicação, e muitas vezes, ilegíveis até mesmo para o olhar que olha.
Na troca de olhares, ambos os olhares olham. O que não significa que ambos os olhares vêem.
Se uma troca de olhares fosse apenas uma troca de olhares, nenhuma dessas divagações teriam fundamento.
Mas uma troca do olhares nunca é só uma troca de olhares...
E assim se segue divagando sobre ela, na espera de que o outro par de olhos, nesse momento, esteja fazendo o mesmo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

olha ali os marca textos!

Em meio a um dia turbinado de acontecimentos estranhos, saía eu da faculdade rumo ao trabalho, em comapnhia de minha caríssima amiga Silvia. Caminhavamos lentamente pois o desânimo já vinha alto, quando ela estaca e desorganiza toda a minha rotina mecânica das terças feiras corridas. Ih, olha ali os marca textos! Desestruturada, não entendi, a prínipio o que aquela exclamação me exclamava. Estavamos quase que na saída do campus e achei minimamente estranho toparmos com marca textos por ali. Olhei a direção do olhar de minha amiga que me indicou o horizonte. A idéia de marca textos no horizonte me pareceu ainda mais absurda. E foi quando caí em mim e travei a minha rota que já me levava maquinalmente, percebendo que se tratavam de meninos jogando futebol com coletes verdes fluorescente. Tudo isso decorreu em poucos segundos, uns dez, no máximo. O que durou os mesmos dez segundos e mais um bocado de dias e horas foi a minha reflexão a respeito do acontecido. A correria rotineira dos meus dias tem andado tão a flor da pele que eu tenho passado pelo mundo sem enxergá-lo. Casa-trabalho-faculdade-trabalho-casa-trabahoemcasa-casa-trabalho-faculdade-trabalho-casa-trabalhoemcasa e meus olhos não conseguem mais captar a simplicidade das coisas cotidianas a minha volta. Nem mesmo quando elas vêm destacadas por marca textos.

domingo, 14 de junho de 2009

um parto.

Fazer um texto é um parto.
Não como essas cesárias que duram horas...
Muito menos como esses normais que duram minutos.
Um texto é um parto que dura dias.
Num misto de normal e cesariana, o parto do texto funde a dor do primeiro com a complicação do último.
Sim, porque dói olhar para dentro e expulsar de você aquilo que cresce quentinho e quietinho no seu interior.
E também porque é complicado tirá-lo sem machucar-se a si e a ele. Tem vezes que ele está ao contrário, enviesado, não quer sair de você, e é preciso tirá-lo.
Às vezes ele sai prematuro, e é preciso diversos cuidados com ele depois de nascer.
Mas como em todo bom parto ele sai, vivo, inteiro, trazendo felicidade grande ao seu produtor.
Acabo de parir um texto.
E como parto complicado e doído que foi, estou agora de resguardo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

para o dia 12, a Valsinha de Chico e Vinicius

"Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar.

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar.

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
e o dia amanheceu
Em paz."

O tempo muda.
Ele, enfim, a enxergou como devia.
Ela, enfim, se portou como merecia.
O tempo traz.

E eu agora, assim como o mundo, compreendo a paz de um dia marcado pelo tempo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

cala-te boca!

Quem foi mesmo que disse que uma simples fofoquinha não faz mal a ninguém?
Eu costumava pensar que as fofocas entre amigos, dessas sem maldade, que você conta mais a título de comentários do que outra coisa, não faziam mal a ninguém.
Me enganei!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

verdade loshermaniana

"Eu sei, é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim."

E não é que é assim mesmo, Amarantes!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

uma outra perspectiva

Foi quando percebi que você acaba sempre me salvando...
E tive vontade de poder desmaiar em seus braços,
Só pra sentir você cuidando de mim mais um pouquinho.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

vã tentativa

De longe, o via perdido, errando caminhos desde aquele dia, desde sempre.
Pensou que naquele dia podeira faze-lo encontrar uma reta certa a seguir reta pela estrada a fora.
Não. Não era ainda ali que se encontrariam e que o poderia conduzir pela mão.
Deixou que fosse, então perdido, fazendo curvas em um labirinto que não tinha final demarcado.
Mas continuava a observá-lo, de longe e de cima, de quando em vez.
Era sempre o mesmo, mesmos passos bebados e circulos confusos, no labirinto lá embaixo.
Doía de ver, mas como o via do alto, era inútil gritar conselhos, ele jamais ouviria.
Passou tempo e mundo deu volta.
Continuava lá, dando voltas no escuro sem saber onde pisar.
Pareceu-lhe mais norteado, mas foi só impressão.
E lá vai ele se enfronhar em mais um caminho que não chegará a lugar nenhum.
E ela do alto, assistindo a tudo sem nada falar.
E ela sempre esteve lá, podendo ajudar, querendo ajudar.
Mas caminho se acha sozinho.
E perder é condição para achar.

sábado, 23 de maio de 2009

seu casaco azul e branco

Foi quando, com frio, procurei um casaco e achei perdido, por aqui, o seu casaco azul e branco.
Vesti-o, não por ser seu. Mas por ser o mais surrado e o que tivessse mais cara de casaco para ficar em casa.
E foi assim que te encontrei também perdido, mas não por aqui.
Faz tanto tempo que nem eu mais lembrava...
Lebranças antigas, há muito esquecidas em fundo de gaveta, como o casaco seu.
Lembrei lembranças e casaco.
Deu vontade de falar "oi, tudo bem?"
Mas tá tudo bem...
Por aqui e por aí também...
E vontade dá e passa...
E nós...
Faz tanto tempo...
Já passou.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

o pé errado.

Há quem diga que tem dias que se acorda com o pé esquerdo.
Não compartilho desta opinião para com o lado esquerdo do corpo, e discordo de Drummond quando diz 'Vai Carlos, ser gauche na vida'.
Tenha dó, essa carga semântica negativa para os esquerdos é no mínimo preconceituosa, e digo até ofensiva para os canhotos.
Prefiro dizer que há dias em que se acorda com o pé errado, isto é, você levantou com um pé, mas deveria ter levantado com o outro, não importando os lados - direito ou esquerdo.
Acordar com o pé errado é quando você percebe que era melhor ter dormido o dia inteiro.
Tudo que você pega para fazer nesse dia desanda, como se as coisas não soubessem andar.
É por isso o pé errado. O que tem o pé errado não anda, desanda.
Hoje levantei com o pé errado.
As coisas que fiz não andaram, ou melhor, desandaram, já que sendo minhas as coisas, elas também estavam com o pé errado.
Sendo assim, hoje não escrevo.
Se escrevesse hoje, o texto, assim como eu, estaria também com o pé errado. E desandaria...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

um fim de noite, Marcelo Diniz e Fred Martins

Era um fim de noite normal. Desses com cervejas bebidas, conversas fiadas, estresses poucos e risos muitos. A conta já havia sido pedida, pois me esperava, em casa, uma bendita resenha que já agora não escrevo.
Eis que, em meio a uma frase dita, avisto ele, grande na estatura e também no conhecimento: Marcelo Diniz. Meu mestre literário, aquele que me ensinou, quando pequena ainda, a destrinchar os amontoados de palavras de Machado, Aluizio de Azevedo e Andrades (os três). Muito mais que isso, aquele que me ensinou a gostar da literatura e a querer a literatura para mim. Mas deixo lá estes incentivos, pois não quero que me escorregue, não a pena (como dizia Machado), mas o teclado (que cabe ao meu tempo). Um dia, ainda narro o que representou Marcelo Diniz em minha existência.
Volto a narrativa. Eis que avisto Marcelo Diniz. E , insensatamente, começo a fazer gestos tumultuados para que ele me enxergasse. E ele me enxerga. Vindo em minha direção, avisto um pequeno vulto, escondido logo atrás dele. Era um homem. Certamente um homem que o acompanhava naquela noite (não sei se etílica) pelos bares de Icaraí. E que vulto!
Digo pequeno, porque, de início, não consegui discernir quem o acompanhava. Mas nem alguns segundos se passaram quando pude ver. Era Ele. Aquele cara que canta demasiado em meu cd player. Nada menos do que Fred Martins. E daí vem o meu equívoco ao dizer pequeno vulto.
Fred Martins, se canta demasiado em meu cd player, não pode deixar de se cantor. Mas cantar, muita gente canta. Até eu canto quando ninguém mais pode ouvir. Fred Martins não só canta, mas concede aos ouvidos de quem o ouve aquela catarsezinha boa, dessas que você se reconhece inteiro e volta a faixa zilhões de vezes para se ver de novo e de novo.
E é quando avisto tais pessoas que aflora em mim aquele pequeno desejo de se tornar grande. Grande como são eles dois, grandes de arte.
E é aí que esse texto que escrevo deixa de ser um texto e passa a ser um escrito de fã fanática.
Não, o que escrevo não se limita a isso.
De fato, não nego que sou fã de ambos, e tive o prazer de confessá-lo aos dois. Disse-lhes que, quando crescesse, queria escrever como eles escrevem (porque o Marcelo é parceiro do Fred, e eles escrevem muitas músicas juntos).E foi quando o Fred me convida a ir à oficina neste sábado. O Marcelo já me havia convidado a sábados atrás, mas não pude ir como não o posso agora.
Bem, de tudo ficam algumas coisas:
O prazer de encontrá-los assim, casualmente num bar.
O convite para o aprendizado com mestres.
A vontade de crescer como eles.
E, mais que tudo, um fim de noite inenarrável.

domingo, 10 de maio de 2009

às minhas mães

Ainda não tive o prazer da sensação de ser mãe, e, nesse sentido, não posso escrever a esse respeito.
Mas posso dizer que tenho o prazer da sensação de ter mãe , e é sobre isso que escrevo.
Uns dirão: mas todo mundo tem mãe, essa é uma condição imprescindível da existência humana.
Digo que não.
Para nascer é preciso de um fêmea parideira, nada mais. Essa fêmea pode ser que venha a ser mãe, ou não.
Há ainda um outro caso, o da fêmea ser mãe, mas não poder exercer a função de mãe, pois logo depois de dar a luz ela se vai para um determinado outro plano.
Essa última experiência eu vivi, juntamente com a minha mãe biológica, que não pode passar nenhum dia das mães comigo.
Mas, nem por isso eu deixei de sentir a sensação de ter mãe.
Como não pude ir ter com a minha, saí mundo a fora adotando mães. E hoje, coleciono umas cinco.
Porque eu não poderia passar a minha existência sem sentir essa sensação de ter mãe. E também não poderia deixar que essas minhas mães adotadas (algumas delas não tiveram filhos biológicos) passassem a existência delas sem a sensação de ser mãe.
As minhas mães...
Responsáveis por tudo que sou hoje.
Reconheço em mim um pedaço de cada uma delas.
Sem dúvidas, umas foram mais presentes que outras, mas, todas elas me ensinaram a ver o mundo, e todas elas me deram a mão ou me carregaram no colo nos momentos em que eu, nova na vida, me perdia e não conseguia andar.
Ter mãe é ter alguém ao seu lado para todas as horas.
É ter alguém que vai te dar comida, que vai te ensinar a fazer comida, e que você também vai alimentar.
É ter alguém que vai acordar a noite para ver se você está dormindo bem.
É ter alguém que vai fazer um escândalo porque você pegou uma simples gripe e que, por isso, vai te dar um coquetel exagerado de remédios.
É ter alguém que vai brigar com você porque você não toma os remédios.
É ter alguém que vai te avisar que aquele cara não serve pra você, coisa que você não vai ouvir.
É ter alguém que vai sofrer mais do que você por te ver chorando quando aquele mesmo cara te der um pé na bunda.
É ter alguém que vai te dar os mesmos conselhos todas as vezes que você sair de casa, nem que seja só para ir à padaria.
É ter alguém que vai te defender do mundo com unhas e dentes.
É ter alguém que vai vibrar com as suas conquistas mesmos que estas não sejam grande coisa.
É ter alguém que vai te mandar estudar, mesmo que você já tenha acabado de estudar.
É ter alguém que vai reclamar que você anda saindo demais, anda bebendo demais, anda dormindo tarde demais.
É ter alguém que vai te chamar de irresponsável e de preguiçosa, mesmo não achando que você seja uma dessas coisas.
É ter alguém que vai ver você deitada lendo um livro e vai mandar você levantar e ir ajudar a ela com alguma coisa, visto que você não está fazendo nada.
É ter alguém que vai reclamar de você para os outros, mas que nunca vai admitir que esses outros falem mal de você.
É ter alguém que vai querer que você não cometa os mesos erros.
É ter alguém que muitas vezes vai querer viver por você para te poupar de alguma coisa.
É ter alguém que vai brigar com você porque você está fazendo o que quer, e não, o que ela quer.
É ter alguém para você brigar também, e por que não?
Mas, mais que tudo é ter alguém para amar, incondicionalmente, como eu amo todas vocês.

Queridas, obrigada por me mostrarem a vida e, principalmente, obrigada por vivê-la comigo.
A sensação de ter vocês ao meu lado é a melhor que já pude sentir.

Um obrigada especial a mãe mór, que mesmo sem forças para continuar se reergueu e me criou com a maior garra que eu já vi em uma mulher.
A bolinha, a maior mulher do mundo, a maior mãe do mundo.
Te amo de amor forte, de amor grande, desses que até dói de sentir.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Boa

Uma vez perguntaram a um amigo meu: qual é a boa?
E assim, em uma mesa de bar casual, e de uma forma também casual, senti que este amigo me colava aquele rotulozinho da cerveja no braço.
Demorei alguns segundos (desses segundos que o lerdo demora para entender a piada) e fui do queporréessa de colar adesivo em mim ao táqueopariu não acredito nisso!
Era eu a resposta daquela pergunta.
Eu era A Boa.
Esse adesivo colado me rendeu um feriado interessante.
Mas, mais que isso, me rendeu uma sensação Garrafa de Antártica, e daquelas bem geladas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

isso não é um blog OU a excluída digital

- Cara, não escrevo no meu blog há séculos, aquilo lá nem blog é mais. Preciso resolver isso, e acho que hoje é um bom dia. Então vamos lá ligar o computador (que agora funciona) e botar as letrinhas para correrem um pouco. Entrando no site, tudo ok. Ih, não tô logada. Bem, então login. Nome de usuário, senha e... Ué, que isso? Devo ter digitado errado, sempre faço isso. De novo. Nome de usuário, senha e... Ih... Não tá entrando. Você deve aceitar o termo de uso, o seu blog mudou, não sei o que de conta de google. Caceta, o que é isso?! Acho que o site deu uma daquelas melhoradas sem aviso que sempre acontecem e que eu demoro séculos para entender... Vou olhar o blog dos meus amigos e ver se eles já reparam nessa mudança... Noooossa, a Silvia tá escrevendo um texto por dia, que é isso, meu deus. Triiiim, ligando pra ela, preciso saber o que está acontecendo. Silvia, que troço é esse de coisas novas no blog, não consigo logar? Meu bem, é porque você está sem computador... Não o computador já tá ok, acho que teve algumas mudanças no site, você não viu? Tá postando texto todo dia... Mudanças...? Não vi naõ. Peraí que eu vou entrar aqui pra ver, me liga em cinco minutos. Tá. Triiiim. Você está logando direto da sua página, loga pela página inicial do blog. Tá, peraí... deu um negócio de aceito os termos de uso e eu não gosto de ler esses contratos, sempre acho que quando muda é pra ter que pagar alguma coisa. Não, o site é gratuito, te garanto que você não vai ter que pagar. Então vou aceitar sem ler, peraí... nome do usuário, senha e você vai acessar o www.espacoch.nãoseioquelá que é isso, deus meu? Ah, lembrei. Era um blog que eu fiz faz um tempão mas que larguei pra lá, como a maioria das coisas que eu fazia. Mas é seu? Seu nome seu email sua senha? É. Mas eu achava que esse endereço nem existia mais, não tô entendendo. Porque quando eu criei o intimmidade eu botei o mesmo email e a mesma senha e funcionou, por isso achei que esse não existia. Era o mesmo email a mesma senha? Era. Perái... Ué, agora foi. Foi o que? Entrou... o intimidade. E aí? E aí sei lá, tá normal... acho que vou mudar a senha. Ué, também não entendi... muda a senha ou então o email, ou a senha e o email. Mas depois você sai e entra de novo e vê se o problema foi da conexão ou se é assim mesmo... Tá, beijo, a gente interage cibernéticamente. Ok, beijo. Depois eu vejo isso, agora tô escrevendo... E tenho medo do que pode acontecer quando eu sair...
ê, carol, isso não é mais um blog ou, definitivamente, você é uma excluída digital.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

dependência tecnológica

Não tem jeito. O século XXI é o século da tecnologia. E ai daquele que não entrar nessa onda. Confesso que eu, por mais que tenha nascido em fins do século passado, sempre tive grande dificuldade em lidar com esses meninininhos elétricos. Não sei se posso dizer grande dificuldade, visto que me relaciono com esses robôs todo dia, mas com certeza tenho uma dificuldade considerável se comparada com as pessoas nascidas nesse tempo em que tudo muda rápido demais. Mas com dificuldade ou sem ela, o ser humano, hoje, vive em conjunto com essas máquininhas. É quase como uma necessidade vital, como dormir e comer (guarde-se, aqui, as devidas proporções.)
E acho que são por essas razões que hoje estou aqui, no computador da minha tia, que nasceu décadas antes de mim e que se relaciona com este bonitinho aqui bem melhor do que eu me relacionava com o meu. Digo relacionava, poque acabei de quebrá-lo mais uma vez. E sim, digo mais uma vez porque isso acontece com frequência. Na verdade não posso nem falar, aqui, de frequência, pois não me lembro de um dia sequer ter trabalhado com o meu computador funcionando direito. O pobre sempre ficava doente, e descobri que isso acontecia porque a mãe dele era desnaturada, vejam só. O menino já foi visitado pelos mais variados tipos de médico. Vieram amigos, vieram técnicos, vieram amigos técnicos. O diagnóstico era sempre o mesmo... vírus. É preciso que você cuide melhor dele, senhora. Sim, sim, eu vou cuidar... mas ele vai ficar bom? E ele ficava bom, um dia apenas, geralmente o dia da visita. E depois já ia ele, capengando, travando, lerdando, me irritando... E eu largava o pobre de mão, ia deixando a doença se agravar, até que ele quase sucumbia, e eu, desesperada pedia novamente por socorro.
Desesperada? Sim, acredite você que, por mais que a minha relação com o menino tenha sido sempre difícil, eu gostava dele, precisava dele. E agora ele se foi, dessa vez acho que ele não volta. Pelo menos não para mim que sempre tratei-o tão mal. Mas o desespero vai além de uma relação de afeto, chega à uma relação de dependência. E é por isso que estou aqui hoje, como já disse, na casa da minha tia. Porque fiquei uns poucos dias sem entrar na internet, e caixa de email transbordou, e as menssagens perderam a validade, e o blog ficou às moscas. Estou aqui hoje poque preciso desse robozinho, não necessáriamente do meu, mas de qualquer um que me conecte com o mundo. De qualquer um? E a relação de afeto que havia?
E eu respondo com uma pergunta. E será que um dia houve? Não sei, mas acredito que nesse mundo pós moderno as relações são por demais efêmeras... Não há tempo, é tudo muito rápido, muda a toda hora. Os laços fortes que ficaram são aqueles antigos, de outros tempos. A relação com a máquina, uma relação pós moderna por si só, não podia ser diferente das relações desse novo tempo. Não há espaço para o afeto, há a dependência, não de um único, mas de qualquer um que exerça aquela mesma função. E só.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

de quando o quente vira frio

Sabe aquele quente que se sente grande com a vontade de estar perto? Aquele que dá de longe só de saudade que você já sente antes de começar? Aquele quente, que na barriga se sente de medo do novo e do que vai ser quando voltar?
Então... eu senti quente todos esses.
E, de repente, o tempo faz tudo virar calmo de novo. E o quente se aquieta e se guarda, quietinho, quentinho, bem dentro.
E só com a ansiedade da volta o quente volta a ser fazer sentir forte. São expectativas prévias demais. São ligações afobadas demais. São planos antecipados demais.
E quando chega a Hora...
Todo aquele quente acumulado transborda em
(fenunenunenuneum)
frio de congelar!

Ué, onde foi parar aquele calor todo que se sabia existir?
-Acho que esfriou em vãos momentos não vividos. Deve ser isso.

quarta-feira, 25 de março de 2009

a praga, por Caetano

Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender
Me encara, de frente
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver

Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dá
Quadrada! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar

Eu vou clarificar
A minha voz gritando
Nada mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você

Harpia! Aranha!
Sabedoria de rapina
E de enredar, de enredar
Perua! Piranha!
Minha energia é que
Mantém você suspensa no ar
Prá rua! se manda!
Sai do meu sangue sanguessuga
Que só sabe sugar
Pirata! Malandra!
Me deixa gozar, me deixa gozar
Me deixa gozar, me deixa gozar

Vagaba! Vampira!
O velho esquema desmorona
Desta vez prá valer
Tarada! Mesquinha!
Pensa que é a dona
E eu lhe pergunto
Quem lhe deu tanto axé?
A toa! Vadia!
Começa uma outra história
Aqui na luz deste dia "D"

Na boa, na minha
Eu vou viver dez
Eu vou viver cem
Eu vou vou viver mil
Eu vou viver sem você

terça-feira, 24 de março de 2009

a praga

é aquele bicho pequeno que consegue contaminar grande.
é aquele que mesmo de longe consegue arrasar com tudo perto.
é aquele que só por pensamento acaba com os alicerces todos.
a praga
que cisma em destruir todo o ciclo natural da vida.
que cisma em desordenar toda a ordem natural das coisas.
ó praga, errai-me!

segunda-feira, 23 de março de 2009

o estranho

e quando já não se espera nada...
surge o inusitado e passa-se a esperar tudo.
o problema do inusitado é ser estranho.
sua postura não corresponde aos seus atos.
o estranho é aquele lobo mau em pele de carneirinho
que assopra primeiro para depois morder.
é ao contrário.
o que ele diz, ele mesmo não faz.
e se espera tudo porque ele promete tudo
e, estranhamente, no fim das contas, ele não dá nada.
o estranho é estranho, e ponto final.

quinta-feira, 19 de março de 2009

é demais pra mim.

tem coisa que não dá...
você olha, para, analisa e chega a uma única e exclusiva conclusão:
é demais pra mim.
sempre acreditei e confiei em tudo que fiz,
e confesso que por mais que eu, ocasionalmente, não tenha dedicado todo o tempo que tive para preparar determinada tarefa, ou em outras palavras, por mais que muitas vezes tenha resolvido pepinos nas coxas, sempre me virei bem.
e se nem sempre dei o melhor de mim, nunca fiz trabalho porco.
reconheço que muitas vezes a minha capacidade está além do que apresento, e que também, outras vezes, apresento o trivial e isso é tudo que posso, sem mais expectativas.
e se sei reconhecer isso, e posso dizer que sei já que acabo de reconhecer, isso basta.
não preciso que deuses e semi deuses se prontifiquem a reconhecer em mim o que já foi reconhecido por mim, nem que percam seus tempos apontando erros e acertos que já conheço e que só a mim interessam.
é demais pra mim que esse tipo de gente, digo, que esses seres pertencentes a uma outra categoria metafísica que não a minha, se desloquem de seus planos astrais para me fazerem críticas, e quando digo críticas, os bons falantes da língua entendem as positivas e as negativas em um só bloco, ou pelo menos, assim se espera.
é demais pra mim que aqueles que se prestam a te julgar porque são melhores que você ( e aí pisamos num terreno obnubilado)
a começar por essa categoria de "melhor que", que também é demais pra mim.
porque melhor é um juízo de valor e não de fato, e como todo o bom professor de português sabe, ou deveria saber, os juízos de valores são de valores e, logo, pessoais, dependendo assim do ponto de vista, e dependendo também da vista que já pode estar cansada... ( e agora retomo o foco)
tenham o trabalho de emitir qualquer opinião a respeito de qualquer coisa sem antes voltar ao plano real, em que nós humanos nos encontramos, acertando e errando um número sem conta.
é no mínimo desumano nós seres (humanos) sermos avaliados por seres (além da humanidade).
seres que tão além da humanidade já foram que eu aposto que não entendem mais a metade do que digo
do que faço
do que produzo
seres que aposto nem sequer mais saberem o significado da palavra obnubilado,
e que nesse momento em que me avaliam superiores, acabam de recorrer a um pequeno dicionário de bolso.

segunda-feira, 16 de março de 2009

breve reflexão sobre a já falta de tempo

Já disse antes que meu ano começou em fevereiro, naquele dia em que comprei minha agenda e que aí sim assumi meus compromissos. Antes era férias, de mim e da vida. Pensei melhor e achei que fevereiro não é um bom mês para assumir compromissos. E estava certa. Em fevereiro tem carnaval, é festa o mês inteiro. Decidi então prolongar mais as minhas férias e adiar um pouco mais os compromissos. Março chegou e a vida começou de fato. Não sabia eu é que com tão pouco tempo de março eu já não teria mais tempo para nada. A semana que passou eu corri inteira. Nada era feito com calma, não havia tempo, ia eu de um lado para o outro sem parar para respirar, fazia cinco coisas ao mesmo tempo, esquecia dez coisas que precisava fazer, ligações para amigos quase não fiz, ler já não consegui, escrever então, menos ainda. A semana passou corrida e o tempo já falta. Ainda não sei se essa semana que entra será melhor ou pior. Nâo tenho tempo de esperar pra ver. Apenas verei.

segunda-feira, 9 de março de 2009

uma postagem atrasada.


Foi numa sexta feira mais do que marcada, ou ainda, uma sexta muito remarcada. Era fevereiro ainda, dia vinte e seis, e por isso o atraso aqui. Num fim de tarde, enfim ela aconteceu. A tertúlia (ou seria partúlia? quem sabe até tortúlia para alguns) literáraia, isto é, o nosso primeiro encontro de discussão literária, para os menos chegados à nomenclaturas esquisitas. Estava lá, em nossas mãos, o Fernando Sabino, juntamente com sua personagem moderna, o Eduardo. A discussão girou em torno do "Encontro Marcado", uma referência já antecipada das nossas infindas marcações de encontro, ou melhor, dos nossos mais que desencontros. Descobrimos que é sempre bom puxar uma angústiazinha e também que o ideal em uma vida é não analisar jamais, poque do contrário... Descobrimos que a busca de uma vida plena é constante, e que quanto mais longe vamos mais distantes estamos do ideal que propusemos na juventude. Conversando com Eduardo descobrimos que somos meio Eduardianas em alguns momentos, e que isso pode até ser bom.

A quem interssar possa: o nosso próximo encontro, ou desencontro, está marcado para o dia 29 deste mês, data esta que pode ser remarcada, mas esperamos que não seja! O homem da vez é Albert Camus, com O Estrangeiro. Preparem-se!

domingo, 8 de março de 2009

uma vez o Moska disse:

"Não se preocupe mais
com minha imperfeição.
Não se pergunte mais
por que me disse não.
Se eu não procuro agora
o que encontramos antes.
É só porque a noite chora
lágrimas de diamantes."

a muito digo o mesmo...
por hoje é só.

domingo, 1 de março de 2009

começo

agora acabou.
tudo volta ao normal de novo.
são férias findas.
é o fim do carnaval.
e ele termina.
muitas pessoas já voltaram a rotina.
eu aproveitava até o último momento.
e foi bom.
o final é agora.
e agora, bem no finzinho, eu tive a surpresa boa.
foi numa noite de sábado.
numa dessas que já não se espera nada.
ele chegou de repente.
sem que eu pudesse perceber.
e ali, de um momento para o outro,
tudo, de novo, se reestabeleceu.
agora acabou.
tudo volta ao normal de novo.
e eu volto com a certeza de estar plena.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

coisas de carnaval


Subir na estatua do Palácio Tiradentes é uma atitude completamente normal.
Assim como é normal meditar na escada em meio a um grande confusão.
Os lugares ficam cheios e é impossível não esbarrar em alguém no meio da rua.
O calor humano contagia e pessoas que nunca se viram dão os braços e saem atrás do trio.
A cidade fica mais sonora e colorida.
Fica mais feliz ao som de sambas e marchinhas e com o brilho de fantasis inusitadas.
É natural vestir chapéu de sininho e máscara e subir no ônibus ou na barca.
Cantarolar sozinho e alto pela rua deixa de ser coisa de maluco.
As pessoas ganham carta branca para as atitudes mais engraçadas e incomuns.
O Rio fica mais bonito.
As pessoas ficam mais bonitas.
São coisas de carnaval...
Brindemos a ele:
Ao carnaval, alegria alegria!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

caminhos

"Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importãncia alguma."
(Os ensinamentos de Dom Juan - Carlos Castañeda)
.
.
.
Os caminhos... Será que conseguimos analisar os caminhos que escolhemos e também perceber se eles são bons ou ruins? O mais comum, ou ainda mais fácil é a reação da acomodação. O comum é reclamarmos que nossas vidas não andam como gostaríamos. Mas por que? Porque em algum momento, diante de uma encruzilhada, optamos por um caminho, qua agora não mais satisfaz o nosso coração. Esse caminho pode até um dia ter sido bom, mas hoje não é mais bastante. E aí ficamos acomodados, pois afinal já estamos tão acostumados com as pedras e as rosas deste caminho que fica difícil se desvincular dele. Temos medo. Medo de nos magoar, de magoar outros que seguem conosco. Temos medo de perder... o que mesmo? De perder algo que já não temos, ou ainda que não se basta, ou então que já não serve. Medo de sair deste caminho e andar em direção ao novo, aquele desconhecido em que não sabemos o que vamos encontrar. Medo do novo. Medo de buscar um caminho que tenha importãncia nova. Medo da mudança. Medo da própria felicidade.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

a tal da configuração

O que falta é a configuração.
Aquela que coloca cada coisa em seu lugar certo, em seu tempo certo.
E a ansiedade faz paracer que a tal configuração não chega.
Mas na verdade ela é, e não se movimenta para chegar ou voltar.
Ela está ali, parada, esperando, configurando.
Quem se movimenta somos nós, corpos.
E até ela chegamos quando realmente temos vontade.
E aí sim,
o ar se configura
o mar se configura
o esperado, enfim, se configura.
E, inesperadamente, tudo fica azul de novo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

não analisa não.

" Era a palavra de ordem, espécie de lema que comandava o destino dos três, diante do qual nenhum obstáculo se sustinha. Acordo tácito, compromisso de honra: não analisar, porque do contrário surgiriam problemas, todos tinham seus problemas: esmiuçando motivos, prevendo consequências, nenhuma atitude seria possível, a vida perderia a graça. Tinham de viver em cada momento uma síntese de toda a existência, não analisar jamais!"
(O Encontro Marcado - Fernando Sabino)

Acho que é disso que nós precisamos. Parar um pouco. Não analisar. Viver simplismente. Por viver apenas. Arriscar sem ter medo. Não pensar em depois. Viver o hoje, esquecendo o ontem e o amanhã. Só por hoje, não analisa não.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Fevereiro, 07. Manhã.

Enquanto pensava em tudo que se passou e se passa até então, ouvi versos de uma música que chamaram a minha atenção.

Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer
Te fiz comida, velei teu sono
Fui teu amigo, te levei comigo
E me diz: pra mim o que é que ficou?
Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está, e sim as coisas como são
Você não quis tentar me ajudar
Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?
Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes
Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar

Bem, acho que no momento é isso.
Deixo que eles falem por mim.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

agenda

Hoje tive a sensação de voltar ao mundo. Sim, porque até então a vida parecia uma festa e as férias, por mais que já não fossem mais completas, pareciam eternas. Tudo isso porque desde o início do ano eu não anotava compromissos em lugar algum. As metas, os planos e os negócios eram palavras soltas ao vento e, por essa razão, eu não me comprometia em cumprir com nada do que verbalizava. Isso acabou hoje. Comprei uma agenda. 2 de fevereiro... um pouco tarde para um início de ano, para um reinício de vida. Mas devo confessar, essas férias prolongadas que tirei de mim e da vida valeram a pena.

sábado, 31 de janeiro de 2009

diálogo II

- Toma. Tá aí. Tá meio quebrado mas ainda dá pra usar...
- Hum... quebrado? Tá faltando metade!
- É, eu sei... perdi essa metade no caminho.
- Ah, tá. Obrigada, mas não quero não.
- Não? Pensei que você fosse...
- Metade não dá. Só esse pedacinho não vai saciar.
- Mas...
- Se um dia estiver inteiro, você volta pra me dar. Um beijo!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

boa sorte

para as escolhas erradas.
pois as certas não precisam de sorte para florescer.

sábado, 17 de janeiro de 2009

ligação internacional.

Outro dia estava em casa, lendo um livro, quando meu telefoone tocou:
Alô!
Chebel?
Eu?

Era uma ligação de Portugal, de uma amiga, que tá lá e que eu não vejo faz tempo.
Foi tão gostoso falar com ela. Ela lá longe e eu aqui, deitada na cama. Nós duas fofocando sobre tudo que anda acontecendo comigo, com ela.
Falamos de Portugal.
Falamos do Brasil.
Falamos do acordo ortográfico.
Falamos de novela.
De tudo, enfim.

Ela me ligou de Portugal, e ficamos horas ao telefone.
São muitos os amigos que vão para fora do país.
Mas poucos são esses que lebram de te ligar de lá.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

diálogo I

ele: O problema é que eu sou confuso.
ela: Não faz mal.
ele: O problema é que é sempre difícil esquecer histórias passadas, amores passados, erros passados.
ela: Não faz mal.
ele: O problema é que não sei se estou preparado para embarcar nessa vida nova, cheia de planos e poucas promessas.
ela: Não faz mal.
ele: O problema é que não sei o que quero e nem sei mais se posso um dia ser feliz de novo.
ela: Não faz mal.

e dizendo "não faz mal" ela lhe dizia que não havia problema algum.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

aluga-se-vende

Alto lá
Não volte aqui, não.
Quem te fez fingir viver
Uma vida feliz?

Tá, eu sei
Meras tolices
Nos fizeram sem querer
Precisar de um juiz.

Ah, essas tuas
Chaves já não
Servem mais.
Meu quarto e sala já tem
Um corretor.
E se você quiser
Terá de alugar (,) meu amor.

Alto lá
Não fale assim, não.
Nem no medo vão
Nos ver ter a vida feliz.

Mas cansei
Pois além disso
Nossa estupidez não
Nos deixou ver quanto gris.

Ah, essas tuas
Frases já não
Ofendem mais.
Meu quarto e sala já tem
Um fiador.
E se você quiser
Saiba que eu tenho já (,) meu amor.

Nem mais sei quem é você
Que está aqui
De mudanças.
Só, vou te deixar aí
Solidão e lembranças.

Vê se vem buscar o que
Restou aqui
De lembranças.
Pois já é hora de pôr
Recordações para fora.

(Móveis Coloniais de Acaju)

sábado, 3 de janeiro de 2009

sobre trabalho, de novo

Passei o dia inteiro no computador.
Tinha sol lá fora, e calor aqui dentro.
Fechei as cortinas. Um sábado de sol é um dia péssimo para se trabalhar.
Olhei para tela e até ela estava quente.
Liguei o ar condicionado na esperança de um clima de montanha que me fizesse esquecer que era sábado, e sábado de sol.
Não adiantou.
O sábado continuou com sol e eu passei o dia inteiro na frente do computador.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

o trabalho nas férias

o trabalho
as férias
o trabalho nas férias
ai ai
aguenta coração!
ou seria, cerebrozão?

pensarei a respeito, assim que terminar minha tarefa.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Novo ano de novo


Então...

Chegou o esperado 2009.
Aquele que vai mudar tudo.
E muda tudo de novo.
A começar por mim.
Já se perguntaram o que fazemos nós para que o esperado ano novo seja repleto de saúde, paz, amor e todas aquelas coisas que desejamos uns aos outros na hora da virada?
E nós? Será que deixamos que o ano novo seja realmente novo?

Esse ano resolvi deixar:

Já virei até aquela famosa página...
Também joguei fora todos aqueles papéis velhos...
E aquelas marcas que estavam grudadas, limpei-as todas.

Arrumei tudo para que 2009 pudesse chegar tranquilo (agora sem trema)
Abri espaço para sua chegada.

E aqui esta ele,
De braços abertos
Prontinho para me dar todas aquelas coisas gostosas que tanto pedi.
E eu me preparei,
E aqui estou prontinha para receber.