quarta-feira, 30 de setembro de 2009

situações

se estou à toa, sou tua
se estou na boa, sou minha

domingo, 27 de setembro de 2009

polêmica na escola: até que ponto se educa com certas medidas?

Opinião.

Na terça feira dessa semana, lá pela hora do almoço, eu estava em casa e, passando pela sala que tem a TV sempre ligada, tive a atenção chamada por uma notícia do Jornal Hoje da Globo.
Diziam que um aluno havia pichado as paredes da escola em que estudava e foi obrigado, pela professora, a pintá-las novamente. Até aí um caso normal. Mas como nenhum caso é meramente normal... a escola havia acabado de ser pintada; fato que ocorreu graças a um sacrifício coletivo de professores, alunos e funcionários no custo das despesas e da mão de obra; fato que agrava ainda mais a situação do aluno. Já a punição imposta a ele foi além da reparação dos danos e o aluno acabou sendo humilhado pela professora conforme mostra um vídeo que foi filmado com o conhecimento de todos, fato que agrava, agora, a situação da professora.
Em termos de ações e reações humanas o que ocorreu foi o seguinte: o aluno resolveu desenhar nas paredes recém pintadas do colégio e a professora, revoltada com o fato, decidiu por fazer o aluno repintar o que havia estragado. Uma atitude válida, em que se percebe, nitidamente, uma intensão de fazer com que o aluno aprenda com seus erros. Seria até uma atitude válida, não fosse a mão pesada com que foi imposto o castigo, já que enquanto o aluno cumpria com a obrigação de pintar todas as paredes que pichou, a professora o chamava de bobo da corte e palhação.
A polêmica gira em torno de diversas questões. Há teóricos da educação que condenam expressamente a punição como medida educacional, quem dirá então ofensas verbais como forma de humilhação. Por outro lado, há quem acredite que fazer o aluno consertar um erro pagando na mesma moeda com que errou é uma das mais legítimas formas de se educar. Há pessoas que apoiam a atitude da professora, e acreditam que o aluno deveria sim pintar a escola e sofrer as consequências de seus atos. Há pessoas que não se conformam com a humilhação a que o aluno foi submetido, e acreditam que a professora deve pagar por seu exagero. Pais de alunos revoltados com o aluno em questão. Os pais do aluno revoltados com a professora em questão. O Mec avaliando a questão. E a questão...
A questão é que medidas meio "lei de talião" podem até ser eficazes como formas de educar, mas devem seguir a risca no que concerne à reciprocidade do ato que deve ser punido. Se se dá olho, deve se pagar com o olho; se se dá dente, deve-se pagar com dente; e não se pagar olho mais dente e por aí vai. O aluno jamais deveria sair impune quando resolveu pichar as paredes do colégio, mas daí a humilha-lo em praça pública já é lhe fazer pagar além do devido.
Difícil avaliar os certos e os errados na história. Difícil avaliar se há certos e errados nessa história. E nem cabe, aqui, fazer esse tipo de julgamento. Acredito que aluno e professora tenham errado. Ele por, numa clara tentativa de brincadeira, ter pichado as paredes da escola. Ela por, numa clara tentativa de educá-lo, ter exagerado a medida. Mas acredito que ensinar ao outro por meio da reparação dos erros que o outro comete é sim uma forma de ensinar. E uma forma de aprender, para ambos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

uma questão de mudança de gênero

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho

Quando eu ia passando já cansanda
De insistir em um compromisso que já não valia

Vi no meio do caminho uma pedra
Vi uma pedra no meio do caminho

E assim como eu, a pedra me viu
E também como eu, se encantou com o olhar

Mas naquele caminho tinham outras pedras
Mas tinahm outras pedras naquele caminho

Era eu e você cansados do velho
Era eu e você na esperança do novo

Tiramos daquele caminho as pedras
Tiramos as pedras daquele caminho

E trocamos olhares que mais fascinavam
E trocamos palavras que mais interessavam

Mas no meio do caminho surgiu outra pedra
Mas surgiu outra pedra no meio do caminho

E foi inevitável mudarmos de rota
E perdermos de vista o nosso caminho

Porque no nosso caminho vieram mais pedras
Porque vieram mais pedras no nosso caminho

Mas nada disso é importante para a gente
Porque há sempre chama em estrada vazia

E no meu caminho você é uma pedra
E eu sou uma pedra no seu caminho
Porque no seu caminho eu sou uma pedra
Porque você é uma pedra no meu caminho