quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

coisas de carnaval


Subir na estatua do Palácio Tiradentes é uma atitude completamente normal.
Assim como é normal meditar na escada em meio a um grande confusão.
Os lugares ficam cheios e é impossível não esbarrar em alguém no meio da rua.
O calor humano contagia e pessoas que nunca se viram dão os braços e saem atrás do trio.
A cidade fica mais sonora e colorida.
Fica mais feliz ao som de sambas e marchinhas e com o brilho de fantasis inusitadas.
É natural vestir chapéu de sininho e máscara e subir no ônibus ou na barca.
Cantarolar sozinho e alto pela rua deixa de ser coisa de maluco.
As pessoas ganham carta branca para as atitudes mais engraçadas e incomuns.
O Rio fica mais bonito.
As pessoas ficam mais bonitas.
São coisas de carnaval...
Brindemos a ele:
Ao carnaval, alegria alegria!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

caminhos

"Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importãncia alguma."
(Os ensinamentos de Dom Juan - Carlos Castañeda)
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Os caminhos... Será que conseguimos analisar os caminhos que escolhemos e também perceber se eles são bons ou ruins? O mais comum, ou ainda mais fácil é a reação da acomodação. O comum é reclamarmos que nossas vidas não andam como gostaríamos. Mas por que? Porque em algum momento, diante de uma encruzilhada, optamos por um caminho, qua agora não mais satisfaz o nosso coração. Esse caminho pode até um dia ter sido bom, mas hoje não é mais bastante. E aí ficamos acomodados, pois afinal já estamos tão acostumados com as pedras e as rosas deste caminho que fica difícil se desvincular dele. Temos medo. Medo de nos magoar, de magoar outros que seguem conosco. Temos medo de perder... o que mesmo? De perder algo que já não temos, ou ainda que não se basta, ou então que já não serve. Medo de sair deste caminho e andar em direção ao novo, aquele desconhecido em que não sabemos o que vamos encontrar. Medo do novo. Medo de buscar um caminho que tenha importãncia nova. Medo da mudança. Medo da própria felicidade.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

a tal da configuração

O que falta é a configuração.
Aquela que coloca cada coisa em seu lugar certo, em seu tempo certo.
E a ansiedade faz paracer que a tal configuração não chega.
Mas na verdade ela é, e não se movimenta para chegar ou voltar.
Ela está ali, parada, esperando, configurando.
Quem se movimenta somos nós, corpos.
E até ela chegamos quando realmente temos vontade.
E aí sim,
o ar se configura
o mar se configura
o esperado, enfim, se configura.
E, inesperadamente, tudo fica azul de novo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

não analisa não.

" Era a palavra de ordem, espécie de lema que comandava o destino dos três, diante do qual nenhum obstáculo se sustinha. Acordo tácito, compromisso de honra: não analisar, porque do contrário surgiriam problemas, todos tinham seus problemas: esmiuçando motivos, prevendo consequências, nenhuma atitude seria possível, a vida perderia a graça. Tinham de viver em cada momento uma síntese de toda a existência, não analisar jamais!"
(O Encontro Marcado - Fernando Sabino)

Acho que é disso que nós precisamos. Parar um pouco. Não analisar. Viver simplismente. Por viver apenas. Arriscar sem ter medo. Não pensar em depois. Viver o hoje, esquecendo o ontem e o amanhã. Só por hoje, não analisa não.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Fevereiro, 07. Manhã.

Enquanto pensava em tudo que se passou e se passa até então, ouvi versos de uma música que chamaram a minha atenção.

Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer
Te fiz comida, velei teu sono
Fui teu amigo, te levei comigo
E me diz: pra mim o que é que ficou?
Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está, e sim as coisas como são
Você não quis tentar me ajudar
Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?
Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes
Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar

Bem, acho que no momento é isso.
Deixo que eles falem por mim.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

agenda

Hoje tive a sensação de voltar ao mundo. Sim, porque até então a vida parecia uma festa e as férias, por mais que já não fossem mais completas, pareciam eternas. Tudo isso porque desde o início do ano eu não anotava compromissos em lugar algum. As metas, os planos e os negócios eram palavras soltas ao vento e, por essa razão, eu não me comprometia em cumprir com nada do que verbalizava. Isso acabou hoje. Comprei uma agenda. 2 de fevereiro... um pouco tarde para um início de ano, para um reinício de vida. Mas devo confessar, essas férias prolongadas que tirei de mim e da vida valeram a pena.