domingo, 22 de novembro de 2009

do que eu não quero

Eu não quero teu café que me não alivia o sono.
Nem teu esporro que não me faz acordar.
No fundo eu sei que toda a falta é minha.
E é minha a culpa de assim estar.

Eu não quero que me olhes a alma.
Nem que entendas o motivo mais profundo.
No fundo eu sei que vês cheio o meu vazio.
E é minha superficie que se mostra ao mundo.

Na verdade,
Eu não quero tuas palavras,
Nem teus braços,
Nem afeto.
Eu não te quero,
Nem teu corpo,
Nem carinho.

De nada me adianta
Tua atenção,
Teu olhar,
E tua ameaça.
A tudo prefiro o teu silêncio no meu,
A noite,
No carro.

sábado, 7 de novembro de 2009

receitinha de namorar

moça,
não faz assim, não
moça,
não me espanta, não
moça,
chega mais perto
moça,
me dê a mão

sábado, 24 de outubro de 2009

para não dizer que não posto...

porque escrever mesmo tá difícil, e vai ficar ainda mais...

Sendo assim, para aqueles que precisam, vai aí um conselho de Moska e Martinália...
Por mim, digo que já o ouvi.
E foi bom.
Então... vamos "acordando"

"Vai que já não dá mais pra voltar atrás
Cai que é pra depois se levantar pra mais
Sai que ás vezes não é pra entrar em paz
Ai, amor não pode faltar

Não se esqueça nunca de lembrar
Sempre tão só o quanto se puder estar
Pois solidão é sol que ainda vai brilhar
E novamente vai te iluminar

Sem repetir nenhum lugar…pois é…
A vida vem repartir nosso luar com fé
Bem que podia não findar, não é ?
Nem desistir, nem se cansar

Sim, eu prefiro não calar
Sobre mim, sobre você e o nosso lar
Mas se é o fim do caminho de um sonhar
Assim será
E é bem melhor acordar"

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

a verdade do momento

Na verdade eu quero escrever, mas não tenho ideias.
Na verdade tenho ideias mas, não gosto delas.
Na verdade gosto delas, mas elas não dizem o que eu quero dizer.
Na verdade elas dizem o que eu quero dizer, mas eu não tenho disposição de pô-las no papel.
Na verdade eu tenho disposição para pô-las no papel, mas não quero fazer isso agora.
Na verdade eu quero fazer isso agora, mas não com essas ideias que eu tenho.
Na verdade a verdade do momento é que eu quero outra coisa agora, que não é escrever, mas tem a ver com você.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

situações

se estou à toa, sou tua
se estou na boa, sou minha

domingo, 27 de setembro de 2009

polêmica na escola: até que ponto se educa com certas medidas?

Opinião.

Na terça feira dessa semana, lá pela hora do almoço, eu estava em casa e, passando pela sala que tem a TV sempre ligada, tive a atenção chamada por uma notícia do Jornal Hoje da Globo.
Diziam que um aluno havia pichado as paredes da escola em que estudava e foi obrigado, pela professora, a pintá-las novamente. Até aí um caso normal. Mas como nenhum caso é meramente normal... a escola havia acabado de ser pintada; fato que ocorreu graças a um sacrifício coletivo de professores, alunos e funcionários no custo das despesas e da mão de obra; fato que agrava ainda mais a situação do aluno. Já a punição imposta a ele foi além da reparação dos danos e o aluno acabou sendo humilhado pela professora conforme mostra um vídeo que foi filmado com o conhecimento de todos, fato que agrava, agora, a situação da professora.
Em termos de ações e reações humanas o que ocorreu foi o seguinte: o aluno resolveu desenhar nas paredes recém pintadas do colégio e a professora, revoltada com o fato, decidiu por fazer o aluno repintar o que havia estragado. Uma atitude válida, em que se percebe, nitidamente, uma intensão de fazer com que o aluno aprenda com seus erros. Seria até uma atitude válida, não fosse a mão pesada com que foi imposto o castigo, já que enquanto o aluno cumpria com a obrigação de pintar todas as paredes que pichou, a professora o chamava de bobo da corte e palhação.
A polêmica gira em torno de diversas questões. Há teóricos da educação que condenam expressamente a punição como medida educacional, quem dirá então ofensas verbais como forma de humilhação. Por outro lado, há quem acredite que fazer o aluno consertar um erro pagando na mesma moeda com que errou é uma das mais legítimas formas de se educar. Há pessoas que apoiam a atitude da professora, e acreditam que o aluno deveria sim pintar a escola e sofrer as consequências de seus atos. Há pessoas que não se conformam com a humilhação a que o aluno foi submetido, e acreditam que a professora deve pagar por seu exagero. Pais de alunos revoltados com o aluno em questão. Os pais do aluno revoltados com a professora em questão. O Mec avaliando a questão. E a questão...
A questão é que medidas meio "lei de talião" podem até ser eficazes como formas de educar, mas devem seguir a risca no que concerne à reciprocidade do ato que deve ser punido. Se se dá olho, deve se pagar com o olho; se se dá dente, deve-se pagar com dente; e não se pagar olho mais dente e por aí vai. O aluno jamais deveria sair impune quando resolveu pichar as paredes do colégio, mas daí a humilha-lo em praça pública já é lhe fazer pagar além do devido.
Difícil avaliar os certos e os errados na história. Difícil avaliar se há certos e errados nessa história. E nem cabe, aqui, fazer esse tipo de julgamento. Acredito que aluno e professora tenham errado. Ele por, numa clara tentativa de brincadeira, ter pichado as paredes da escola. Ela por, numa clara tentativa de educá-lo, ter exagerado a medida. Mas acredito que ensinar ao outro por meio da reparação dos erros que o outro comete é sim uma forma de ensinar. E uma forma de aprender, para ambos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

uma questão de mudança de gênero

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho

Quando eu ia passando já cansanda
De insistir em um compromisso que já não valia

Vi no meio do caminho uma pedra
Vi uma pedra no meio do caminho

E assim como eu, a pedra me viu
E também como eu, se encantou com o olhar

Mas naquele caminho tinham outras pedras
Mas tinahm outras pedras naquele caminho

Era eu e você cansados do velho
Era eu e você na esperança do novo

Tiramos daquele caminho as pedras
Tiramos as pedras daquele caminho

E trocamos olhares que mais fascinavam
E trocamos palavras que mais interessavam

Mas no meio do caminho surgiu outra pedra
Mas surgiu outra pedra no meio do caminho

E foi inevitável mudarmos de rota
E perdermos de vista o nosso caminho

Porque no nosso caminho vieram mais pedras
Porque vieram mais pedras no nosso caminho

Mas nada disso é importante para a gente
Porque há sempre chama em estrada vazia

E no meu caminho você é uma pedra
E eu sou uma pedra no seu caminho
Porque no seu caminho eu sou uma pedra
Porque você é uma pedra no meu caminho

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

uma gradação

sem nenhum motivo aparente para se ver indiferente
sem nenhum motivo aparente para se ser indiferente
sem nenhum motivo aparente para se ter indiferente
litros, baldes, tonéis de cocô
.

domingo, 16 de agosto de 2009

veio ou não veio?

o bilhete não veio.
mas veio a vontade.
e veio tão sem graça que precisou de outra boca para falar.
e veio tão sem jeito que não sei nem se é pra ficar.
e veio por intermédio de outrem, sem eu já nem esperar.
e veio.
e eu? pra onde?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

antolhos

para não se magoar,
para não magoar ninguém,
existem coisas que é melhor deixar pra lá...
fingindo que não se vê não se sente.
ou se sente menos.
menos.
quanto mais se mexe mais se dói.
mais.
definitivamente,
é melhor deixar pra lá...