quinta-feira, 16 de abril de 2009

dependência tecnológica

Não tem jeito. O século XXI é o século da tecnologia. E ai daquele que não entrar nessa onda. Confesso que eu, por mais que tenha nascido em fins do século passado, sempre tive grande dificuldade em lidar com esses meninininhos elétricos. Não sei se posso dizer grande dificuldade, visto que me relaciono com esses robôs todo dia, mas com certeza tenho uma dificuldade considerável se comparada com as pessoas nascidas nesse tempo em que tudo muda rápido demais. Mas com dificuldade ou sem ela, o ser humano, hoje, vive em conjunto com essas máquininhas. É quase como uma necessidade vital, como dormir e comer (guarde-se, aqui, as devidas proporções.)
E acho que são por essas razões que hoje estou aqui, no computador da minha tia, que nasceu décadas antes de mim e que se relaciona com este bonitinho aqui bem melhor do que eu me relacionava com o meu. Digo relacionava, poque acabei de quebrá-lo mais uma vez. E sim, digo mais uma vez porque isso acontece com frequência. Na verdade não posso nem falar, aqui, de frequência, pois não me lembro de um dia sequer ter trabalhado com o meu computador funcionando direito. O pobre sempre ficava doente, e descobri que isso acontecia porque a mãe dele era desnaturada, vejam só. O menino já foi visitado pelos mais variados tipos de médico. Vieram amigos, vieram técnicos, vieram amigos técnicos. O diagnóstico era sempre o mesmo... vírus. É preciso que você cuide melhor dele, senhora. Sim, sim, eu vou cuidar... mas ele vai ficar bom? E ele ficava bom, um dia apenas, geralmente o dia da visita. E depois já ia ele, capengando, travando, lerdando, me irritando... E eu largava o pobre de mão, ia deixando a doença se agravar, até que ele quase sucumbia, e eu, desesperada pedia novamente por socorro.
Desesperada? Sim, acredite você que, por mais que a minha relação com o menino tenha sido sempre difícil, eu gostava dele, precisava dele. E agora ele se foi, dessa vez acho que ele não volta. Pelo menos não para mim que sempre tratei-o tão mal. Mas o desespero vai além de uma relação de afeto, chega à uma relação de dependência. E é por isso que estou aqui hoje, como já disse, na casa da minha tia. Porque fiquei uns poucos dias sem entrar na internet, e caixa de email transbordou, e as menssagens perderam a validade, e o blog ficou às moscas. Estou aqui hoje poque preciso desse robozinho, não necessáriamente do meu, mas de qualquer um que me conecte com o mundo. De qualquer um? E a relação de afeto que havia?
E eu respondo com uma pergunta. E será que um dia houve? Não sei, mas acredito que nesse mundo pós moderno as relações são por demais efêmeras... Não há tempo, é tudo muito rápido, muda a toda hora. Os laços fortes que ficaram são aqueles antigos, de outros tempos. A relação com a máquina, uma relação pós moderna por si só, não podia ser diferente das relações desse novo tempo. Não há espaço para o afeto, há a dependência, não de um único, mas de qualquer um que exerça aquela mesma função. E só.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

de quando o quente vira frio

Sabe aquele quente que se sente grande com a vontade de estar perto? Aquele que dá de longe só de saudade que você já sente antes de começar? Aquele quente, que na barriga se sente de medo do novo e do que vai ser quando voltar?
Então... eu senti quente todos esses.
E, de repente, o tempo faz tudo virar calmo de novo. E o quente se aquieta e se guarda, quietinho, quentinho, bem dentro.
E só com a ansiedade da volta o quente volta a ser fazer sentir forte. São expectativas prévias demais. São ligações afobadas demais. São planos antecipados demais.
E quando chega a Hora...
Todo aquele quente acumulado transborda em
(fenunenunenuneum)
frio de congelar!

Ué, onde foi parar aquele calor todo que se sabia existir?
-Acho que esfriou em vãos momentos não vividos. Deve ser isso.