terça-feira, 30 de junho de 2009

uma troca de olhares

Uma troca de olhares pode ser, ao mesmo tempo que deliciosa, perigosa.
Isso porque ela desencadeia devaneios posteriores, idealizações afloradas, espectativas infundadas.
Uma troca de olhares nunca é só um troca de olhares.
Ela vem com carga semântica funda e interpretação variada.
Pode assumir um sentido para um par de olhos e outro, completamente deiverso para o outro par.
Tais sentidos são ilegíveis para o outro olhar que espera uma explicação, e muitas vezes, ilegíveis até mesmo para o olhar que olha.
Na troca de olhares, ambos os olhares olham. O que não significa que ambos os olhares vêem.
Se uma troca de olhares fosse apenas uma troca de olhares, nenhuma dessas divagações teriam fundamento.
Mas uma troca do olhares nunca é só uma troca de olhares...
E assim se segue divagando sobre ela, na espera de que o outro par de olhos, nesse momento, esteja fazendo o mesmo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

olha ali os marca textos!

Em meio a um dia turbinado de acontecimentos estranhos, saía eu da faculdade rumo ao trabalho, em comapnhia de minha caríssima amiga Silvia. Caminhavamos lentamente pois o desânimo já vinha alto, quando ela estaca e desorganiza toda a minha rotina mecânica das terças feiras corridas. Ih, olha ali os marca textos! Desestruturada, não entendi, a prínipio o que aquela exclamação me exclamava. Estavamos quase que na saída do campus e achei minimamente estranho toparmos com marca textos por ali. Olhei a direção do olhar de minha amiga que me indicou o horizonte. A idéia de marca textos no horizonte me pareceu ainda mais absurda. E foi quando caí em mim e travei a minha rota que já me levava maquinalmente, percebendo que se tratavam de meninos jogando futebol com coletes verdes fluorescente. Tudo isso decorreu em poucos segundos, uns dez, no máximo. O que durou os mesmos dez segundos e mais um bocado de dias e horas foi a minha reflexão a respeito do acontecido. A correria rotineira dos meus dias tem andado tão a flor da pele que eu tenho passado pelo mundo sem enxergá-lo. Casa-trabalho-faculdade-trabalho-casa-trabahoemcasa-casa-trabalho-faculdade-trabalho-casa-trabalhoemcasa e meus olhos não conseguem mais captar a simplicidade das coisas cotidianas a minha volta. Nem mesmo quando elas vêm destacadas por marca textos.

domingo, 14 de junho de 2009

um parto.

Fazer um texto é um parto.
Não como essas cesárias que duram horas...
Muito menos como esses normais que duram minutos.
Um texto é um parto que dura dias.
Num misto de normal e cesariana, o parto do texto funde a dor do primeiro com a complicação do último.
Sim, porque dói olhar para dentro e expulsar de você aquilo que cresce quentinho e quietinho no seu interior.
E também porque é complicado tirá-lo sem machucar-se a si e a ele. Tem vezes que ele está ao contrário, enviesado, não quer sair de você, e é preciso tirá-lo.
Às vezes ele sai prematuro, e é preciso diversos cuidados com ele depois de nascer.
Mas como em todo bom parto ele sai, vivo, inteiro, trazendo felicidade grande ao seu produtor.
Acabo de parir um texto.
E como parto complicado e doído que foi, estou agora de resguardo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

para o dia 12, a Valsinha de Chico e Vinicius

"Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar.

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar.

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
e o dia amanheceu
Em paz."

O tempo muda.
Ele, enfim, a enxergou como devia.
Ela, enfim, se portou como merecia.
O tempo traz.

E eu agora, assim como o mundo, compreendo a paz de um dia marcado pelo tempo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

cala-te boca!

Quem foi mesmo que disse que uma simples fofoquinha não faz mal a ninguém?
Eu costumava pensar que as fofocas entre amigos, dessas sem maldade, que você conta mais a título de comentários do que outra coisa, não faziam mal a ninguém.
Me enganei!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

verdade loshermaniana

"Eu sei, é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim."

E não é que é assim mesmo, Amarantes!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

uma outra perspectiva

Foi quando percebi que você acaba sempre me salvando...
E tive vontade de poder desmaiar em seus braços,
Só pra sentir você cuidando de mim mais um pouquinho.