quarta-feira, 25 de março de 2009

a praga, por Caetano

Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender
Me encara, de frente
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver

Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dá
Quadrada! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar

Eu vou clarificar
A minha voz gritando
Nada mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você

Harpia! Aranha!
Sabedoria de rapina
E de enredar, de enredar
Perua! Piranha!
Minha energia é que
Mantém você suspensa no ar
Prá rua! se manda!
Sai do meu sangue sanguessuga
Que só sabe sugar
Pirata! Malandra!
Me deixa gozar, me deixa gozar
Me deixa gozar, me deixa gozar

Vagaba! Vampira!
O velho esquema desmorona
Desta vez prá valer
Tarada! Mesquinha!
Pensa que é a dona
E eu lhe pergunto
Quem lhe deu tanto axé?
A toa! Vadia!
Começa uma outra história
Aqui na luz deste dia "D"

Na boa, na minha
Eu vou viver dez
Eu vou viver cem
Eu vou vou viver mil
Eu vou viver sem você

terça-feira, 24 de março de 2009

a praga

é aquele bicho pequeno que consegue contaminar grande.
é aquele que mesmo de longe consegue arrasar com tudo perto.
é aquele que só por pensamento acaba com os alicerces todos.
a praga
que cisma em destruir todo o ciclo natural da vida.
que cisma em desordenar toda a ordem natural das coisas.
ó praga, errai-me!

segunda-feira, 23 de março de 2009

o estranho

e quando já não se espera nada...
surge o inusitado e passa-se a esperar tudo.
o problema do inusitado é ser estranho.
sua postura não corresponde aos seus atos.
o estranho é aquele lobo mau em pele de carneirinho
que assopra primeiro para depois morder.
é ao contrário.
o que ele diz, ele mesmo não faz.
e se espera tudo porque ele promete tudo
e, estranhamente, no fim das contas, ele não dá nada.
o estranho é estranho, e ponto final.

quinta-feira, 19 de março de 2009

é demais pra mim.

tem coisa que não dá...
você olha, para, analisa e chega a uma única e exclusiva conclusão:
é demais pra mim.
sempre acreditei e confiei em tudo que fiz,
e confesso que por mais que eu, ocasionalmente, não tenha dedicado todo o tempo que tive para preparar determinada tarefa, ou em outras palavras, por mais que muitas vezes tenha resolvido pepinos nas coxas, sempre me virei bem.
e se nem sempre dei o melhor de mim, nunca fiz trabalho porco.
reconheço que muitas vezes a minha capacidade está além do que apresento, e que também, outras vezes, apresento o trivial e isso é tudo que posso, sem mais expectativas.
e se sei reconhecer isso, e posso dizer que sei já que acabo de reconhecer, isso basta.
não preciso que deuses e semi deuses se prontifiquem a reconhecer em mim o que já foi reconhecido por mim, nem que percam seus tempos apontando erros e acertos que já conheço e que só a mim interessam.
é demais pra mim que esse tipo de gente, digo, que esses seres pertencentes a uma outra categoria metafísica que não a minha, se desloquem de seus planos astrais para me fazerem críticas, e quando digo críticas, os bons falantes da língua entendem as positivas e as negativas em um só bloco, ou pelo menos, assim se espera.
é demais pra mim que aqueles que se prestam a te julgar porque são melhores que você ( e aí pisamos num terreno obnubilado)
a começar por essa categoria de "melhor que", que também é demais pra mim.
porque melhor é um juízo de valor e não de fato, e como todo o bom professor de português sabe, ou deveria saber, os juízos de valores são de valores e, logo, pessoais, dependendo assim do ponto de vista, e dependendo também da vista que já pode estar cansada... ( e agora retomo o foco)
tenham o trabalho de emitir qualquer opinião a respeito de qualquer coisa sem antes voltar ao plano real, em que nós humanos nos encontramos, acertando e errando um número sem conta.
é no mínimo desumano nós seres (humanos) sermos avaliados por seres (além da humanidade).
seres que tão além da humanidade já foram que eu aposto que não entendem mais a metade do que digo
do que faço
do que produzo
seres que aposto nem sequer mais saberem o significado da palavra obnubilado,
e que nesse momento em que me avaliam superiores, acabam de recorrer a um pequeno dicionário de bolso.

segunda-feira, 16 de março de 2009

breve reflexão sobre a já falta de tempo

Já disse antes que meu ano começou em fevereiro, naquele dia em que comprei minha agenda e que aí sim assumi meus compromissos. Antes era férias, de mim e da vida. Pensei melhor e achei que fevereiro não é um bom mês para assumir compromissos. E estava certa. Em fevereiro tem carnaval, é festa o mês inteiro. Decidi então prolongar mais as minhas férias e adiar um pouco mais os compromissos. Março chegou e a vida começou de fato. Não sabia eu é que com tão pouco tempo de março eu já não teria mais tempo para nada. A semana que passou eu corri inteira. Nada era feito com calma, não havia tempo, ia eu de um lado para o outro sem parar para respirar, fazia cinco coisas ao mesmo tempo, esquecia dez coisas que precisava fazer, ligações para amigos quase não fiz, ler já não consegui, escrever então, menos ainda. A semana passou corrida e o tempo já falta. Ainda não sei se essa semana que entra será melhor ou pior. Nâo tenho tempo de esperar pra ver. Apenas verei.

segunda-feira, 9 de março de 2009

uma postagem atrasada.


Foi numa sexta feira mais do que marcada, ou ainda, uma sexta muito remarcada. Era fevereiro ainda, dia vinte e seis, e por isso o atraso aqui. Num fim de tarde, enfim ela aconteceu. A tertúlia (ou seria partúlia? quem sabe até tortúlia para alguns) literáraia, isto é, o nosso primeiro encontro de discussão literária, para os menos chegados à nomenclaturas esquisitas. Estava lá, em nossas mãos, o Fernando Sabino, juntamente com sua personagem moderna, o Eduardo. A discussão girou em torno do "Encontro Marcado", uma referência já antecipada das nossas infindas marcações de encontro, ou melhor, dos nossos mais que desencontros. Descobrimos que é sempre bom puxar uma angústiazinha e também que o ideal em uma vida é não analisar jamais, poque do contrário... Descobrimos que a busca de uma vida plena é constante, e que quanto mais longe vamos mais distantes estamos do ideal que propusemos na juventude. Conversando com Eduardo descobrimos que somos meio Eduardianas em alguns momentos, e que isso pode até ser bom.

A quem interssar possa: o nosso próximo encontro, ou desencontro, está marcado para o dia 29 deste mês, data esta que pode ser remarcada, mas esperamos que não seja! O homem da vez é Albert Camus, com O Estrangeiro. Preparem-se!

domingo, 8 de março de 2009

uma vez o Moska disse:

"Não se preocupe mais
com minha imperfeição.
Não se pergunte mais
por que me disse não.
Se eu não procuro agora
o que encontramos antes.
É só porque a noite chora
lágrimas de diamantes."

a muito digo o mesmo...
por hoje é só.

domingo, 1 de março de 2009

começo

agora acabou.
tudo volta ao normal de novo.
são férias findas.
é o fim do carnaval.
e ele termina.
muitas pessoas já voltaram a rotina.
eu aproveitava até o último momento.
e foi bom.
o final é agora.
e agora, bem no finzinho, eu tive a surpresa boa.
foi numa noite de sábado.
numa dessas que já não se espera nada.
ele chegou de repente.
sem que eu pudesse perceber.
e ali, de um momento para o outro,
tudo, de novo, se reestabeleceu.
agora acabou.
tudo volta ao normal de novo.
e eu volto com a certeza de estar plena.