domingo, 27 de setembro de 2009

polêmica na escola: até que ponto se educa com certas medidas?

Opinião.

Na terça feira dessa semana, lá pela hora do almoço, eu estava em casa e, passando pela sala que tem a TV sempre ligada, tive a atenção chamada por uma notícia do Jornal Hoje da Globo.
Diziam que um aluno havia pichado as paredes da escola em que estudava e foi obrigado, pela professora, a pintá-las novamente. Até aí um caso normal. Mas como nenhum caso é meramente normal... a escola havia acabado de ser pintada; fato que ocorreu graças a um sacrifício coletivo de professores, alunos e funcionários no custo das despesas e da mão de obra; fato que agrava ainda mais a situação do aluno. Já a punição imposta a ele foi além da reparação dos danos e o aluno acabou sendo humilhado pela professora conforme mostra um vídeo que foi filmado com o conhecimento de todos, fato que agrava, agora, a situação da professora.
Em termos de ações e reações humanas o que ocorreu foi o seguinte: o aluno resolveu desenhar nas paredes recém pintadas do colégio e a professora, revoltada com o fato, decidiu por fazer o aluno repintar o que havia estragado. Uma atitude válida, em que se percebe, nitidamente, uma intensão de fazer com que o aluno aprenda com seus erros. Seria até uma atitude válida, não fosse a mão pesada com que foi imposto o castigo, já que enquanto o aluno cumpria com a obrigação de pintar todas as paredes que pichou, a professora o chamava de bobo da corte e palhação.
A polêmica gira em torno de diversas questões. Há teóricos da educação que condenam expressamente a punição como medida educacional, quem dirá então ofensas verbais como forma de humilhação. Por outro lado, há quem acredite que fazer o aluno consertar um erro pagando na mesma moeda com que errou é uma das mais legítimas formas de se educar. Há pessoas que apoiam a atitude da professora, e acreditam que o aluno deveria sim pintar a escola e sofrer as consequências de seus atos. Há pessoas que não se conformam com a humilhação a que o aluno foi submetido, e acreditam que a professora deve pagar por seu exagero. Pais de alunos revoltados com o aluno em questão. Os pais do aluno revoltados com a professora em questão. O Mec avaliando a questão. E a questão...
A questão é que medidas meio "lei de talião" podem até ser eficazes como formas de educar, mas devem seguir a risca no que concerne à reciprocidade do ato que deve ser punido. Se se dá olho, deve se pagar com o olho; se se dá dente, deve-se pagar com dente; e não se pagar olho mais dente e por aí vai. O aluno jamais deveria sair impune quando resolveu pichar as paredes do colégio, mas daí a humilha-lo em praça pública já é lhe fazer pagar além do devido.
Difícil avaliar os certos e os errados na história. Difícil avaliar se há certos e errados nessa história. E nem cabe, aqui, fazer esse tipo de julgamento. Acredito que aluno e professora tenham errado. Ele por, numa clara tentativa de brincadeira, ter pichado as paredes da escola. Ela por, numa clara tentativa de educá-lo, ter exagerado a medida. Mas acredito que ensinar ao outro por meio da reparação dos erros que o outro comete é sim uma forma de ensinar. E uma forma de aprender, para ambos.

Um comentário:

  1. Vem daí o pensamento... que educação é essa em que o aluno destrói o seu "templo" de conhecimento??? Tá tudo errado... professor...
    aluno...e principalmente educação.
    Não existe a professora ter tido atitude de tamanha infantilidade "descendo" ao patamar de criança histérica e insegura.
    Tá tudo errado...
    Meu Deus! A educação tem que mudar!!!

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