quinta-feira, 14 de maio de 2009

um fim de noite, Marcelo Diniz e Fred Martins

Era um fim de noite normal. Desses com cervejas bebidas, conversas fiadas, estresses poucos e risos muitos. A conta já havia sido pedida, pois me esperava, em casa, uma bendita resenha que já agora não escrevo.
Eis que, em meio a uma frase dita, avisto ele, grande na estatura e também no conhecimento: Marcelo Diniz. Meu mestre literário, aquele que me ensinou, quando pequena ainda, a destrinchar os amontoados de palavras de Machado, Aluizio de Azevedo e Andrades (os três). Muito mais que isso, aquele que me ensinou a gostar da literatura e a querer a literatura para mim. Mas deixo lá estes incentivos, pois não quero que me escorregue, não a pena (como dizia Machado), mas o teclado (que cabe ao meu tempo). Um dia, ainda narro o que representou Marcelo Diniz em minha existência.
Volto a narrativa. Eis que avisto Marcelo Diniz. E , insensatamente, começo a fazer gestos tumultuados para que ele me enxergasse. E ele me enxerga. Vindo em minha direção, avisto um pequeno vulto, escondido logo atrás dele. Era um homem. Certamente um homem que o acompanhava naquela noite (não sei se etílica) pelos bares de Icaraí. E que vulto!
Digo pequeno, porque, de início, não consegui discernir quem o acompanhava. Mas nem alguns segundos se passaram quando pude ver. Era Ele. Aquele cara que canta demasiado em meu cd player. Nada menos do que Fred Martins. E daí vem o meu equívoco ao dizer pequeno vulto.
Fred Martins, se canta demasiado em meu cd player, não pode deixar de se cantor. Mas cantar, muita gente canta. Até eu canto quando ninguém mais pode ouvir. Fred Martins não só canta, mas concede aos ouvidos de quem o ouve aquela catarsezinha boa, dessas que você se reconhece inteiro e volta a faixa zilhões de vezes para se ver de novo e de novo.
E é quando avisto tais pessoas que aflora em mim aquele pequeno desejo de se tornar grande. Grande como são eles dois, grandes de arte.
E é aí que esse texto que escrevo deixa de ser um texto e passa a ser um escrito de fã fanática.
Não, o que escrevo não se limita a isso.
De fato, não nego que sou fã de ambos, e tive o prazer de confessá-lo aos dois. Disse-lhes que, quando crescesse, queria escrever como eles escrevem (porque o Marcelo é parceiro do Fred, e eles escrevem muitas músicas juntos).E foi quando o Fred me convida a ir à oficina neste sábado. O Marcelo já me havia convidado a sábados atrás, mas não pude ir como não o posso agora.
Bem, de tudo ficam algumas coisas:
O prazer de encontrá-los assim, casualmente num bar.
O convite para o aprendizado com mestres.
A vontade de crescer como eles.
E, mais que tudo, um fim de noite inenarrável.

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