sexta-feira, 17 de julho de 2009

indeferido

Nunca havia pensado que não conseguiria. A certeza era tão grande que já afirmava a todos que continuaria caminhando por lá nos próximos semestres. O pedido havia sido feito adiantado, e para o francês sempre havia vagas. A ciência de que o pedido seria aceito fez com que não se precavisse de um possível não. E, então, não buscou outras alternativas para o fim.
Quando chegou lá já com perguntas de como seria a inscrição e o novo curso obteve a resposta.
Não aquela que já sabia que ia ouvir, mas uma outra, estranha, jamais pensada.
Seu pedido foi indeferido.
Como isso é possível?
Ainda não deu para entender. O choque foi tão grande que na hora um efeito anestésico não deixou perceber as consequências disso tudo. Olhou outros cursos, possibilidades futuras, um reingreso. Mas nada era muito sólido pois a ficha da resposta negativa ainda não havia se fixado na idéia.
Conversou com amigos sobre coisas furtivas.
Bebeu uma cerveja gelada em fim de tarde.
Comeu salgadinho com maionese.
Dormiu de pijama de flanela e cobertor quente.
...
E acordou com um vazio que de início não compreendeu.
Lembrou-se de ontem.
Era a alternativa que jamais imaginara.
Era o vínculo perdido.
Vínculo que se vai deixando um vazio no dentro.
Vazio que se precisa preencher.
Urgentemente.

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